terça-feira, 18 de maio de 2010

Na boléia

Pára-chocado feito frases de caminhão sem freio.
Atenção.
Óleo na pista.
Olhe eu, na pista.
Amor é igual fumaça, sufoca, mas passa.
Mas em curva perigosa não se ultrapassa.
Pisca-alerta.

-(Feliperas França)

sexta-feira, 14 de maio de 2010

NOS BAILES DA VIDA

Dádiva Diva
de dança divertida
agora valsa entre versos
cheios de vida.

Noite vai, dia vem,
perfume fica.
Dois pra lá, dois pra cá.
Por favor, não complica!

Entre voltas e laços
desenham entrelinhas
de próximos passos.

Que passo a passo,
em fim de papo,
ao raiar de dia,
convido este baile
a ser poesia.

Faça me par
pário à pista.
Gira, abraça-me,
segue uma dica:

por si só, faça-me o que sois,
para que em cada dança
encontremos ao sonho
paisagem a dois.

-(Feliperas França)

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Procura-se

Tudo que é bom dura pouco.
Mas quero amor pra vida toda.

Em quanto dure. Louco?

Sim, pensando bem,
uma vida é pouco.

Enquanto me dure, louco.

-(Feliperas França)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

"Num segundo o desejo te engole"

Abaixo, minha versão para a letra de Planta Colhe de Arnaldo Antunes. Fiz pra concorrer ao Prêmio Musique. Perdi, mas fica registrada minha versão. Abaixo, minhas impressões sobre o resultado e críticas construtivas ao festival promovido pelo jornal Estadão.




PLANTA COLHE – Letra de Arnaldo Antunes

o arroz
que se planta se colhe
o amor
que se planta se colhe
o que vai
volta um dia mais forte
o que fica
escondido explode
o feijão
que se planta se colhe
solidão
que se planta se colhe
se fugir
a estrada te escolhe
e o destino
também não dá mole
ao redor
pra onde quer que se olhe
a saída
é uma porta que encolhe
aflição
que se planta se colhe
algodão
que se planta se colhe
se cair
nessa chuva se molhe
sempre há sede
pra dar mais um gole
toda culpa
se planta e se colhe
na garupa
do tempo que corre
cada grão
que se planta se colhe
furacão
que se planta se colhe
cada um
inaugura sua prole
pedra dura
procura água mole
tudo vem
quando o tempo é propício
todos têm
sua porção precipício
o que sabe
não busca sentido
o que sobe
retorna caído
ilusão
que se planta se colhe
confusão
que se planta se colhe
num segundo
o desejo te engole
só não corre
esse risco quem morre


BREVE MEUS COMENTÁRIOS SOBRE O PRÊMIO. AGUARDE.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Cigana

Pelo balé das águas de seu mar,
pelos fachos de luz, translúcido olhar.
Límpido cristal, profundo .
Atrai, sem perceber, se faz revelar.
Ah, cigana, seu sorrir não me engana:
sei que transcendes ao valor inestimável do amar.