quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

RÉPLICA

Era eu, mas não estava lá.
Era lá e não estava eu.
A prece naquele terreiro,
no interior do Rio de Janeiro,
ainda não deu.
Nem de cá,
nem de Alá,
nem do dali da cruz.
Nem mesmo a parede réplica
daquele São Salvador Dali.
Nem daqui,
nem Dalila,
nem Sansão seria tão.
Teria tréplica?
Adiante - pois não – adianta.
Sem almoço, sem sono, sem janta.
Se você não me apareceu,
aquele lá, na foto - de mesma parede,
já não sou mais eu.
Surreal tempo que tece.
Prece para que - aprece-se.

-(Feliperas França)

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Beijos de Maré

Beijos de maré,
que vai,
mas volta.

Beijos de maré,
com reflexos de luz de lua.
Vista de qualquer lugar do mundo,
linda, nua, minha e tua.

Beijos de maré de ressaca,
futura calmaria,
beijos de maré de alegria.

Beijos de maré,
que vai,
mas volta.

Beijos de maré,
de pegadas na areia,
mesmo caminho,
mesma lua cheia.

Beijos de maré de sorte,
de encontrar de novo,
de onda forte.

Beijos de maré,
de reticências,
E ponto.
meu beijo,
de amar, é.

-(Feliperas França)

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Doutor Polenta - Fotos do Diagnóstico nº3

Para ler o Diagnóstico nº3 clique aqui.


Dr. Polenta e enfermeiros de plantão: vai, finge de coqueiro. Plantão, plantão. Pequenina, finja de bonsai!



Assinando a receita médica. 3 ovos, 1 xícara de creme de leite...



Dr. Leleki Pankeka. Irmã do Dr. Polenta.



Equipe completa. Olha o passarinho... Voou!



Novo amigo! Yuuupiiii!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Vale à pena viver de novo.

Na volta de um evento, ouvi essa música no rádio. Simples e verdadeira. Por isso, achei a canção na net e aprendi a tocar e cantar. Quer dizer, quase que cantar e quase que tocar. Um dia gravo uma versão melhorada e estudada. Na sequência uma poesia minha. Tempestade de Saudade. "É impossível explicar".




Abaixo a canção original. Bem melhor, claro. Mas eu chego lá. Risos.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Doutor Polenta – Diagnóstico nº3

O pescador de ilusões.

Mais um plantão. E lá vai o Doutor Polenta na piada da flora. “Estou de grande cactos hoje. É pessoal, hoje, estou de plantão”. Desta vez foi uma dupla de dois. Junto ao atendimento estava a Doutora Leleki Pankeka. Divertidíssima com o seu instrumento de radiografar cabeças que ajudou a identificar instantaneamente se o paciente tem problema de miolo mole, cabeça de vento, cabeça dura, nada na cabeça ou está pensando em alguma bobagem.

Dentre todos os momentos marcantes, vale destacar a portuguesa Dona Maria que se prontificou a cantar os fados e as músicas de sua terra. O maestro Doutor Polenta passou a regê-la, inclusive quando cantou o hino de Portugal. Ao final, Dona Maria esqueceu a letra e aflita, com os olhos, mimicou para que Dr. Polenta a ajudasse e completasse a música. Sem titubear, o Doutor prepara o gogó e com entonação de tenor em abertura de olimpíadas canta “Au, au, au... Vamos pra Portugal, pra comer... Bacalhaaaaau”. O riso foi imediato. A alegria que radiou ali, persisti aqui. E ficará na memória para sempre.

No último atendimento do dia, um quarto com dois leitos, já dois pacientes amigos. Pescadores por hobby, combinavam de pescarem. E lá vai Dr. Polenta, pedir algumas histórias de pescador. Um deles disse que o maior que já pegou foi um cação de 180 kg. Doutor Polenta, exímio pescador, contou de sua última pescaria “Sabe que pesquei um lampião... mas o engraçado é que estava aceso”. “Aceso”? seu João caiu na gargalhada. “Isso é história de pescador”. Dr. Polenta sorriu e disse “tudo bem, tudo bem. Diminua o peso de seu peixe que eu pelo menos apago o meu lampião”. Gargalhadas. E lá se vai a dupla de dois doutores palhaços.

Receita: como diz aquela música que tanto tocou no rádio “Valeu à pena, eh, eh! Valeu à pena, eh, eh. Sou pescador de ilusões, pescador de ilusões”. Sempre é bom olhar pra trás e ver que nada foi em vão. Mas temos que olhar pra frente. Como o combinar de ir pescar. De ir fazer o que gosta. De superar uma dificuldade. De aproveitar o momento agora, mesmo a cantar as canções do passado. Mesmo se esquecer ou não souber a letra. É viver cheio de fé, seja lá qual fé for. Olhar pra frente e engrandecer a alma, que em Pessoa, nunca é pequena. Enfim, tudo vale à pena.

-(Doutor Polenta)

BREVE - FOTINHO DESTE DIA

domingo, 22 de novembro de 2009

A Voz da Vovó.


Dois passarinhos, um sinal. Ao lado do arbusto.
Lembro que aprendi com a minha vó a conversar com as plantas.
Serestas para florestas,
sonetos para gravetos,
serenatas para flores ao relento.
Aprendi com a minha vó a sentir o vento,
Chegar a tempo. Sorrir a contento.
Aprendi brincadeiras de roda, de linha e pedra.
Uma porção de versos, uma coleção de trovas.
Aprendi sobre dedicação.
Sobre caridade, sobre a cidade.
A me doar pelo bem, sem olhar a quem.
Aprendi o valor de um amor eterno.
Que uma inteligência não morre.
Que de destino não se corre, mas se escolhe.
Aprendi a batalhar cedo e valorizar minha infância.
Aprendi a ser jovem adulto criança.
Aprendi o valor de bom humor. Fazer piada sadia.
Dar conselhos, sempre dizer: sorria.
E se hoje o coral sua voz não mais canta,
me amarra estrangulado nó de garganta.
Mas se sua conversa não fala,
pra mim, seu conselho jamais se cala.
Pois aprendi valor de perdão e gratidão.
Que cada um tem sua missão.
Como vovó já dizia,
"saudade sim, tristeza, não".

sábado, 21 de novembro de 2009

Cada ser em si carrega o dom de ser capaz de ser feliz. Lá vou eu.

Dentre minhas músicas preferidas. (Aprendi a tocar na viola nessa madrugada).
Num dia a gente chega, noutro vai embora.

TOCANDO EM FRENTE (Almir Sater e Renato Teixira)

Ando devagar porque já tive pressa
Levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Eu nada sei

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou

Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Todo mundo ama um dia.
Todo mundo chora
Um dia a gente chega
e no outro vai embora

Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz

Conhecer as manhas e as manhãs
O sabor das massas e das maçãs
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Cada um de nós compõe a sua história,
Cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz


terça-feira, 17 de novembro de 2009

VÃO

Tem algo nos olhos que não,
não se pode crer.
Tem algo que nenhuma voz
é capaz de dizer.
Tem algo no vão da vida,
que não se pode ter.
E algo que só existe no amor,
não é possível prever.

Tem código que não é de gen.
Tem gente que não se doa a ninguém.
Tem caso que o destino é o acaso.
Inexplicável o viver sempre tem.

Sempre tem,
sempre tem,
alguém.

-(Feliperas França/ Meliane Moraes)

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Feitiços

Já que estou por aqui,
entre sem pedir licença.
Invada minha crença,
leve embora o rumo de tudo que já imaginei,
tudo o que ousaria imaginar.
Faz-me servo, devoto,
através de seus singelos fachos de fetiche,
atravesse-me o peito ao meio.
Já que estou por aqui,
diante à diva dona do tempo,
torne-me aos segundos, realidade.
Em súbito beijo que batizaremos eternidade.

-(Feliperas França)

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Pedal Musical - O treino

Rumo ao segundo treino. Lá vou eu.

Na infância e adolescência eu ia para todos os lugares de bicicleta. Ia pra aula, festas, churrascos, casa de amigos, parentes. Em Curitiba com menos de 12 anos de idade eu já havia pedalado por todas as ciclovias da cidade. Sentir liberdade e atividade física ao mesmo tempo.

Pois é, me afastei da magrela pelos tempos de universidade, mas não deixei de amá-la. No fundo, sempre tive vontade de pedalar. Mas os compromissos adultos aumentaram, os projetos aumentaram, a música tocou cada vez mais alto, os projetos voluntários se ampliaram. E o tempo? Ah, o tempo ficou mais curto. Assim, me rendi ao transporte público e em seguida ao automóvel. Quem me conhece bem sabe o quanto me ocupo em várias atividades. Tem até homenagem no Orkut pra isso. Procure pela comunidade "Felipe França O Atarefado".

Agora, é hora de voltar aos bons tempos. Unir o útil ao agradável. Tudo o que eu sempre mais gostei. Viagem, música, cultura e ações voluntárias. Vou viajar e levar a bike ou ir com ela se for possível. E vou atrás de que? Atrás de música. Sim, quero visitar músicos, compositores, intérpretes que já admiro e novos talentos. Ou desconhecidos. Quero conhecer a música e a cultura de cada pedacinho do Brasil e quem sabe do mundo. Preciso entrar em forma e rápido. Quero em breve fazer a primeira viagem. E lá vou eu em meu Pedal Musical.

Sem medo dos tombos e das pedras no caminho, pois reconheço a queda e não desanimo. Levanto sacudo a poeria e dou as voltas por cima.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Pra não ter fim

Atrás de tudo que se pode achar
No fim do mundo tem algum lugar
Onde tudo começou
O que era doce se acabou
E eu me acabei em você.

Dentre tudo que se pode achar
No fim do túnel tem algum lugar
Onde tudo terminou
O que era brisa já ventou
E eu me acabei em você.

Pra procurar um cantinho
Pra encontrar um caminho
Pra não ficar sozinho
E escapar de ter fim.

(Feliperas França)

Musiquinha nova. Qualquer dia gravo um vídeo e coloco no YouTube.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

GRAFITE

Ali pintado no muro
Ditado de diz que me diz
Piscar que pousou de repente
Passou por aqui por um triz
A verso vestido a caneta
Lembranças de meu chão de giz
Olhar que me redesenha
Colore, desdenha minha tarde gris
Então, me refaça e disfarça
Fale-me o que sempre quis
Meio a tanta gente falsa
A verdade já me faz feliz

(Feliperas França)

domingo, 27 de setembro de 2009

Abismo que cavastes com seus Pés.

“Eu vejo o futuro repetir o passado”

-(Cazuza)

“Sensibilidade é ver o invisível aos olhos. Parte dela é ver antecipada lógica ao caos”.

-(Feliperas França)

"Em cada esquina cai um pouco a tua vida"

-(Cartola)

A verdade dita carinhosamente: análise do Ponto com Poesia (TV Cultura) da música: A VIDA É UM MOINHO. (Clique aqui) Preste atenção, querida.

Reencontro de Cartola e seu pai 40 anos depois.


Versão de Cazuza

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Compassos.

Nos caminhos do mundo que traço,
um pouco poeta, bastante palhaço,
dentre músicas e versos que valso,
me pauso a cada compasso,
a cada vírgula, aqui, me refaço,
em busca de som de próximo passo.

-(Feliperas França)

terça-feira, 28 de julho de 2009

Palavrocas

Agora ou nunca?
Sinônimos, antônimos, analogias.
Neologismos. Neologiquismos. Neolouquismos.

Faltam-se:
sentidos para indicar.
verbos para explicar.

Coisas que não aconteciam antes.

Tempo: não mais aliado,
escorre por mim em depressa.
Alado, não ao lado:
poesia se longinqua.

Vão-se os versos dentre diversos adversos.
Entre vãos e voltam-se,
adversários, advérbios.
Bom pulsar agora poeta:
palavras pulando pipocas dos dedos.
Palavrocas.
Ausência, me provoca:


coisas que não aconteciam antes.
_


Até gerundismos.
_
Eu, por aqui, me longendo de mim.
_


- (Feliperas França)

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Novidades Projeto Vinagrete

Atualizei o blog do Projeto Vinagrete com uma pequena foto-novela-da-vida-real sobre o fantástico show de sábado.

E postei mais um vídeo. Projeto Vinagrete interpreta "A Rita" do meu, quem sabe, futuro parceiro de composições Chico Buarque. Pretensão pouca é bobagem. rs.



Que bom que essa Rita não deixou mudo esse violão.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

ANTIGA-MENTE

Dentre a linha tênue
de não saber as surpresas do futuro,
vivo a calculá-lo preciosamente
por minúcias de exata imprecisão.
Súbita troca de olhar,
pleno toque de mão.
Trombada meio à multidão.
O que será que espera?
Um piscar de olhos conserva tempo suficiente
para enxergar uma vastidão à frente.
O futuro do ínicio do poema se foi.
Não é mais o de antigamente.
Palavra, próxima.
Próxima, leitura.
Carne, osso e tempo,
que neste instante,
passa.
A linha de lembrança de futuro,
aproveita para estampar seu rastro
- auto-criador, própria criatura -
Derrama, sem censura,
semblante à nova figura.
Simultaneamente,
antiga e futura.

É. Não se faz mais futuro com uma antiga mente.

-(Feliperas França)

PS: dedicada à Daiane Freitas, por horas de conversa tecida por amizade sincera. Brinde ao futuro que nos espera. Presente de aniversário.

Mais um vídeo do Projeto Vinagrete no ar.

É com esse que eu vou sambar até cair no chão.

PS: na descrição do vídeo, no próprio YouTube tem a letra completa.

terça-feira, 9 de junho de 2009

É vero.

Se você não se importa contigo, você não se importa comigo.

-(Feliperas França)

Núcleo Brasílica de Expressão Artística no SESC Bertioga

Salve, simpatia! Só pra ilustrar a postagem que comentei deste show. Aquele abraço.
Foto por Monica Garcia. Fotógrafa oficial da trupe.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Ontem, ouvi e cantei duas vezes. Não me canso. Com vocês, O Espelho de João Nogueira e Paulo Cesar Pinheiro. Em destaque os versos que mais me representam.

Espelho

"Nascido no subúrbio nos melhores dias
com votos da família de vida feliz
(...)
E que vontade de tocar viola de verdade
(...)
E me abracei na bola e pensei
(...)
Um dia chutei mal e machuquei o dedo
(...)
Foi mais uma vontade que ficou pra trás
Eh, vida à toa
Vai no tempo vai
(...)
Aprendendo na rua, na escola e no lar
Um dia eu me tornei o bambambã da esquina
Em toda brincadeira, em briga, em namorar
Até que um dia eu tive que largar o estudo
E trabalhar na rua sustentando tudo
(...)
Eh, vida voa
Vai no tempo, vai
Ai, mas que saudade
(...)
Pois me beijaram a boca e me tornei poeta
Mas tão habituado com o adverso
Eu temo se um dia me machuca o verso"
(...)
E o meu medo maior é o “vidro” se quebrar


Aí vai o vídeo de grandes talentos, amigos e parceiros. Minha homenagem para Marquinho Dikuã, Emerson Urso e Charlie Chefferson.



A vida é mesmo assim...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Brasílica de Alma Lavada.

Banho de mar, banho de chuva.

O desafio da arte é o tempo todo. Nos dois últimos shows com o Núcleo Brasílica de Expressão Artística não foi diferente. No SESC Bertioga não pudemos usar o grande palco, pois na sequência teria um baile com outra banda. Montamos o equipamento no chão. É um pouco frustrante olhar um imenso palco e tocar no chão, mas como sempre, parti para fazer o melhor show da minha vida. Pelo menos tentar. A interação com o público foi sensacional e rolou aquela energia boa que fez o espetáculo um dos melhores da trupe. Antes voltarmos pra selva de pedra, um mergulho no mar noturno. Banho de lua, alma lavada.



Na apresentação no Evento Espaço Catraca Livre no Rio Verde, estava tudo ótimo. O lugar, o público, o som, a companhia, uma maravilha. Parte da banda no coreto, parte ao ar livre. Muito em comum com o enredo do musical. Até que logo no início vem a chuva. E lá se vão as coreografias, pois além de ficar escorregadio o piso, os figurinos feitos a mão iriam se danificar. Alto falantes de retorno foram desligados. Ficamos sem retorno. Resultado: todo mundo pro coreto sem ouvir nada. O som para o público, que foi bastante receptivo, estava ótimo. Mas o espetáculo, embora tenha sido maravilhoso, perdeu bastante do brilho. Mas é isso aí, tá na chuva é pra se molhar!


Aproveito para elogiar o Rio Verde e a galera do Catraca Livre pela ótima produção. A turma do SESC Bertioga, também. Obrigado ao público presente. E se você ainda não viu esse show, aguardo sua presença no próximo.


Salve, simpatia. Aquele, abraço!


Energia de alma lavada. Foto by Dai.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Vendados

Peso mesmo em
balança.
Faca afiada na pendura por um

f
i
o

Entregue a prece
aliança,
alicerce.

Confiança,
quando manta que se tece
a dois
olhares
aquece.

-(Feliperas França)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

. Ligue os Pontos .

. equidistantes .
. equivalentes .
. dois .
. pontos .
. dois .
. laços .
. nós .
. dois .
-(Feliperas França)

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Auto-Retrato de Agora.

Quando o tombo é inevitável, pose para a foto.

- (Feliperas França)

Roda

Até para capoeira quando cai,
________________machuca.


Cair dói.
_______Mas passa.


Rasteira que é o hematoma de pra sempre:
Rabo de arraia. Rabo de saia. Vice-versa de roda.

Golpe
_____baixo.


Dente por dente. Boca por boca. Dedo no olho.


Cair dói.
_______De novo.

- (Feliperas França)

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Pessoas e Peçonhas

A diferença entre dar uma força ou dar uma forca é a cobrinha que aparece aí no meio.

- (Feliperas França)

A PONTE PRO RIO

Já andei por cima da ponte.
Já nadei pelas águas do frio.
Das enxurradas dessa vida.
Quem te vê, quem te riu?

A ponte é abraço,
sobre o braço do rio.
Mãos dadas na ponte,
trançadas em fio.
Linha de horizonte,
me aponte que viu:
quem tem amigos
_______aos montes,
nunca passa frio.

Água que foi,
água que chora.
A ponte não deixa margem.
Imagine o que se foi embora.

Água que foi,
água que chora.
A ponte não deixa imagem,
do reflexo que se foi agora.

-(Feliperas França)

terça-feira, 19 de maio de 2009

Nova Música do Projeto Vinagrete

Com vocês, Canto de Arruar.
Autoria de Feliperas França e Lu Tomé.
Vídeo gravado em 17/05/2009 na casa de shows Viva São Paulo.

Para visualizar a letra, clique aqui.

domingo, 10 de maio de 2009

ANATOMIA POÉTICA

DAS UNHAS

__Grandes,
__lixadas,
__afiadas.
Corpo de violão:
como é bom tocar
__Amélia
__Emília
_Rita, Leonor
__Angélica,
__Enfim,
___as
__Mu
---lhe
__res
de Atenas.


DASMÃOS

_dadas


DOS PÉS

_no
_c
_h
_ão
_
_
DA CABEÇA

__lugar.
No


DOS LÁBIOS

A palavras dita é um
___________beco
sem saída / Não me
fujas.


DO OMBRO

Amigo.


DO BRAÇO

a__re__c___r
____tor__e
_
_
DO COTOVELO

Cheio de cic_ a-tri e
_____________z_s
Mas sem dor.


DO GOLPE DE VISTA

O bom de ser míope é ter que enxergar tudo BEM DE PERTO.


DO PENSAMENTO

É cérebro ou é CELEBRIDADE?


DA TENSÃO

Carregar o mundo nas costas não é o problema.

O
problema
é o bico do papagaio
que não pára quieto.


DA BARRIGUINHA A MAIS

Adoro
papo de
academia.
____De
letras.


DA VOZ


Ao__do_ou
______vi
_________do.


DO SUS_SUR_RAR

em ALTO e bom som.
em ALTO e bom senso.
_
_
-(Feliperas França)

Sonhos não envelhecem

GIVE PEACE A CHANCE

Workshop de Canto por Ciro Caravano, italiano, maestro, arranjador e cantor do Neri Per Caso. Ouvido absoluto. Um gênio da música à capela. Seria um sonho conhecê-lo. Dia 31 de janeiro de 2.009, tive a imensa honra de trabalhar junto com esse mestre na produção de sua aula show.

Ciro comentou que sempre passa pelas ruas da Europa e pára por muito tempo pra escutar artistas nas ruas. Sempre teve vontade e sonhou em cantar com eles, mas nunca teve oportunidade. Foi aí que os participantes do Workshop sugeriram uma apresentação na Av. Paulista, bem de frente ao Conjunto Nacional.

Arranjo do maestro, ensaiado apenas 3 vezes e rumo à cantoria de rua. Sou alto de estatura, mas baixo na voz, dentre as mais graves do coro. Sonhos realizados.

Próximo sonho: arranjo do maestro para uma de minhas músicas.

Olha só que sorte, alguém filmou! Só vi agora.

Dentre sirenes e acompanhemento de ruídos urbanos:
Give Peace a Chance.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Ampulheta

Descarte aos olhos,
democracia de multiplicidade cartesiana.
Simultaneamente ao contrário
de nem começo, nem fim
entre infinitos terminados em memória viva
ou num canto qualquer pra virar pó.
Distante de vitrines, diamante de: antes só.

Não sei quando o relógio girou pela vez primeira.
Mais hora-meia. Antes, já girou agora.

Tempo,
senhor de si.
Templo,
senhor de mim.
De nós.
Na garganta.
De voz.
Na lembrança.

g
o
t
a
__à
____g_o_ t_ a

Tecer que não se esgota.

g
r
ã
o
__a
___g_ r_ ã_o

Ame-me sem memórias.

-(Feliperas França)

domingo, 19 de abril de 2009

Projeto Vinagrete no Cinema.

Viver a compor música é viver do que não existe. De toda matéria-prima, inspiração talvez seja uma das mais valiosas. Talvez, não tanto quanto um sonho. Vale destacar a frase do meu amigo e grande compositor:

"Sonho é como um filho teu. Ou você cria ou é mais um no mundo".

-(Carlos Trevisan).

Pois é, adentramos o cinema nacional. Quem diria, heim? Vinagretes na mesma cena com Murilo Rosa e Leandro Firmino e com duas músicas na trilha sonora: "Mafagafes" de minha autoria e "Educado Caducou" do meu amigo "Trevis". Saiba mais no Blog do Projeto Vinagrete.

É isso aí. Acredite, batalhe e entregue-se de coração aberto para criar seus sonhos filhos frutos feitos de amor.

Vídeo do Show do Projeto Vinagrete com participação de Carlos Trevisan, autor da música "Educado Caducou".

Show Projeto Vinagrete

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Toquinho e um Violão



Tá, eu sei. Foto tirada pelo meu celular sem flash fica péssima. Mas impossível não registrar de alguma maneira o show do Toquinho no Bourbon Street na gravação do Programa Sala dos Professores da Rádio Eldorado FM. A data foi primeiro de abril e não é mentira o que esse mestre toca. Noite mágica. A começar pela casa de shows, com ótimo atendimento e amigos que sempre me recebem tão bem. Além disso, tenho muito carinho e orgulho por ter sido o de lá, o primeiro palco em que toquei ao vivo com 15 anos de idade. Talvez 14. Parece que foi ontem. É, mas foi ontem, mesmo: o show do Toquinho, motivo desta postagem. Olha eu prolixo. A verdade é que me emocionei demais a ouvir um “Toquinho e um violão”. Adoro o estilo em que interpreta suas músicas e de outros compositores de sua geração. Fora que foi aluno do Mestre Paulinho Nogueira, a quem tive oportunidade de conhecer e até receber algumas dicas do instrumento melhor amigo que me acompanha no refrão. Músicas como Chega de Saudade, Só tinha que ser com Você, Este seu olhar, Tarde em Itapuã, A Casa, O Caderno, Corcovado, Aquarela e pra finalizar a gravação do programa, Regra a Três, parceria com Vinicius de Moraes e uma letra de tirar o fôlego, certo? Continuou o show depois da gravação do programa, mais emoções. Até que encerrou com A Tonga da Mironga do Kabuletê, cujo significado é impróprio para esse blog, que tem como colaborador o Doutor Polenta. Curiosos, perguntem ao google.

Ainda vou postar aqui uma foto da minha primeira vez nesse mesmo palco. Mas antes, preciso encontrá-la e escaneá-la.

“Tantas você fez”(...)

-(Toquinho / Vinicius de Moraes)

Na tela: Regra a Três - Toquinho e todo o “suingue” dos roqueiros Kiko Loureiro e Andreas Kisser que fugiram um pouco à regra.

“Tem sempre um dia em que a casa cai”

-(Toquinho / Vinicius de Moraes)

terça-feira, 31 de março de 2009

Alicerces de uma Hélice não tão Poética

Madrugada, quase duas da manhã e minha cabeça a borbulhar palavras. Iniciava algo com "vozes que vem ao voar de vento, a ecoar mesmo sem serem ditas". Talvez "afinidade à distância, amor a prazo, saudades em toneladas, retratos de uma falta que não existe ou nunca existiu". Pensamentos que defini como D.P.P. P. F. - Devaneios Pré-Poesia de um Poeta Fingidor. Até que a concentração foi por água abaixo com o ruído extremamente alto de um helicóptero.

Da varanda confirmei e reparei muitos vizinhos acordados pelo mesmo barulho e, talvez, pela mesma curiosidade: o que faria um helicóptero naquela hora, num bairro residencial que nem tem heliporto? Durante vinte minutos sobrevoou ao redor do prédio, numa média de trinta segundos cada volta. Foram cerca de quarenta voltas com manobras bruscas. Não tinha holofotes como os da polícia quando está à caça de fugitivos. Aparentemente, não procurava por nada, mas aproximava-se muito do prédio. Polícia? É, realmente melhor ligar pra polícia. Não é um fato comum de uma cidade grande, tal qual Will Eisner os descreveu tão bem em Avenida Dropsie.

Liguei e ao relatar o fato para a atendente, ela me respondeu: Senhor, infelizmente, é impossível enviar uma viatura para conter um helicóptero. Dei risada e disse que o motivo da minha ligação não era solicitar uma viatura, mas sim, saber se havia alguma operação policial na região. Ela voltou a afirmar: Senhor, infelizmente, uma viatura não pode conter um helicóptero. Senti em suas palavras que não acreditou em mim e que achou que era um trote. Ao fundo, a voz irônica de um atendente em outra ligação: "aham, um helicóptero rodando o prédio"?

Os versos voaram sabe-se lá para onde...

segunda-feira, 30 de março de 2009

Qué Que Tu Tem Zé? - Primeira Edição



Roda de tambores e um palanque improvisado ao centro, em plena Vila Madalena, no último domingo de março de 2.009. Trata-se da primeira edição do Movimento Artístico Cultural "Qué Que Tu Tem Zé?" organizado por integrantes do Núcleo Brasílica de Expressão Artística, ao qual participo como músico.

Reuniram-se cerca de trinta batuqueiros, que além de músicas brasileiras, ecoaram o refrão "Qué que tu tem Zé? Qué que tu tem Zé?" e a cada pausa, alguém protestava no palanque. Todos que passavam, assistiam ou tocavam puderam participar e, num momento de desabafo, expor suas idéias, reclamações e soluções.

Dentre reclamações de alto preço de passagens de ônibus, sujeira nas ruas e as sugestões de plantio de árvores, educação, investimento em cultura, destaque para a ala infantil que, na figura da menina Gabriela, fez o último protesto do dia: "Que os adultos prestem atenção nas crianças, a gente tem muito pra falar". A próxima edição será em abril, avisarei por aqui.

Então, me diga: qué que tu tem, Zé?

quinta-feira, 26 de março de 2009

Qué Que Tu Tem Zé?


Olá, um minuto de sua atenção, por favor.

Amigos, sou integrante do Núcleo Brasílica de Expressão Artística e juntos começaremos o movimento Qué Que Tu Tem Zé? que iniciará no próximo domingo. Traga sua arte, seu nariz de palhaço, sua poesia para manifestarmos contra os cortes de investimentos em cultura.

O Movimento é mensal e a cada mês exerceremos nossa cidadania com um propósito/ reivindicação diferente. Juntaremos vários percussionistas (profissionais ou não) para uma grande batucada. Registraremos o material produzido e formalizaremos tudo. ONGs são também convidadas a participar.

Caso você não seja envolvido com arte, tem sempre uma maneira de nos apoiar com a sua presença ou com o que souber fazer profissionalmente. Advogados, jornalistas, publicitários, cientistas sociais, biblioteconomistas, físicos, médicos, profissionais de saúde, etc. Levem suas idéias e vamos discutir melhorias sociais.

Não podemos calar diante de tantos problemas que nos cercam. Diga em alto e bom som: qué que tu tem, Zé?

Aquele abraço!

-(Feliperas França)

segunda-feira, 23 de março de 2009

Sabiá, Bem-Te-Vi

Não precisa dizer
que não precisas de mim
ou ainda fingir
que a mim não conhece
e não reconhece
o que já foi seu jardim.

O olhar que me atira,
desta vez não me inspira,
soa flechada em festim.
Bala perdida,
seu olhar de escanteio
é tiro de meta (de)
uma triste partida
que não tem juiz.

A te perder o juízo,
até seu maior prejuízo
de se enganar ser feliz,
a deixar a bebida,
ser sua melhor amiga
em te aconselhar inimiga
a se jogar sobre mim.

Querida fera ferida,
criança perdida,
não quero ver-te,
agir assim.
Já(que) bens sabes,
começastes ao errado
e pelo fim.

Expulsados rancores,
não brilham as cores,
daqueles amores
que lhe prometi.

Sabiá Laranjeira
voou pela beira
daquela ladeira
em que sabia
num queira-ou-não-queira
que encontraria
seu tal bem-te-vi.

Já(que) veio até aqui,
mesmo de longe,
vejo de perto
- e bem sei, estou certo -
que ainda te aperto
e de alguma maneira
vivo dentro de ti.

Sabiá Laranjeira,
bem-que-te-vi,
A voar, a voar, a voar,
com asinhas de fora
até ver-te cair.

-(Feliperas França)

Destaco vídeo do Projeto Vinagrete em começo de carreira a cantar “Vou Deitar e Rolar”. Pois é, “Qua qua ra qua qua, quem riu? Qua qua ra qua qua, fui eu”.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

BELA VISTA

Cortina dança ao som do vento,
balé de acasalamento,
diante da orquídea que um dia
presenteará sua flor.

Vista de maneira mais bela,
toda vista é a melhor aquarela
para olhos que sabem te ver.

Com olhar de menino,
coração de mãe,
devoção de pai,
imaginação de rei.

Fecho os olhos para ver
a vastidão da varanda
sem saber se um dia haverei.

Meu tecer de poeta,
- ao nascer de uma neta -
dirá: valeu a meta!
de doar por completa
a metade que dei.

-(Feliperas França)

domingo, 25 de janeiro de 2009

Veio de encontro ao momento propício.

"Que o caminho seja brando a teus pés, o vento sopre leve em teus ombros. Que o sol brilhe cálido sobre tua face, as chuvas caiam serenas em teus campos. E até que eu de novo te veja, que os Deuses te guardem nas palmas de suas mãos".

-(antiga benção irlandesa)

sábado, 24 de janeiro de 2009

ALGUM

Algo de algum,
alvo de nenhum.
Diante do álbum,
fotografias de apenas
metade.

Algo de algum,
alvo de nenhum,
se for, que seja inteiro.
Que lembranças sejam
verdade.

Semente
esperança

a
l
c
a
n
ç
a

aos poucos,
eternidade.

-(Feliperas França)

"De tanto levá (carinho, lembrança, luz, bonança, verdade, paz, saudade, esperança) frechada do teu olhar - meu peito até, parece sabe o que"?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Doutor Polenta - Diagnóstico nº 2

O Bilhete Premiado

O paciente sentado no leito do hospital, sorria ao ver o Doutor Polenta. Ainda com sorriso estampado falou:

-Menino, já passei por tantas coisas nessa vida. Inclusive, já ganhei mais de mil vezes na loteria.

O médico palhaço logo disparou a piada:

-Nossa, cara de sorte! Pra ganhar na loteria tantas vezes o senhor deve ter uma plantação de trevos de quatro folhas orgânicos! É, porque não adianta nada um trevo de quatro folhas com agrotóxico, certo?

-Que trevo de quatro folhas que nada. Quando lembro que não tenho as pernas, sinto o prazer de ter os braços. É a mesma felicidade de ganhar na loteria. Você que pode se vestir de palhaço, animar quem está nos hospitais e ainda tem as duas pernas, os dois braços e um humor privilegiado, sabe melhor do que eu o valor de um bilhete premiado. Parabéns! Somos sortudos em nos encontrar nesse quarto. Você é meu bilhete premiado de hoje!

-E você o meu! E, certamente, de todas as pessoas que já tiveram a honra de conhecer-te..

Ganhei na loteria. Desde então, agradeço e reconheço a todo momento meus bilhetes premiados do dia-a-dia.

E você, qual o seu bilhete premiado de hoje?

Receita: pratique o exercício diário de ganhar na loteria. Vale à pena, sua alma não é pequena.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

BEIJO DE POETA

Palavra que beija papel.
Papel que beija palavra.
Entre figuras e lingua(gens),
beijo-te às entrelinhas.

-(Feliperas França)

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O AMOR ACOMODA

O amor acomoda numa porção de batatas fritas. Em mais uma puladinha de cerca. O amor acomoda nas entranhas sociais, na própria pressão de assumir que acomoda. O amor acomoda no encontro com os mesmos amigos de sempre. No convívio com a família alheia, no medo de mudança, no mesmo restaurante. Acomoda cronometrado na contagem regressiva da exata hora de dizer boa noite, boa tarde, bom dia. O amor acomoda na viagem de volta, no velho momento de se renovar na virada de ano novo. Na divulgação das fotos desta tal viagem. Acomoda na leitura de um romance, na auto-projeção de um filme, num sonho de beijo de novela. O amor acomoda na fila de cinema, fila de banco, prestação de contas com gaguejadas. O amor acomoda em conversas digitais. O amor acomoda em fingir-se feliz. Acomoda em outra porção de batatas fritas. Desta vez, com menos sal. Acomoda em outra puladinha de cerca. Desta vez, com mais pimenta. Acomoda na mentira. Na injustiça consigo e com o outro. O amor acomoda em doses. Acomoda em dó. Acomoda em medo. Acomoda em covardia. Acomoda em silêncios ensurdecedores de um copo vazio. Em borbulhar de copo cheio. Acomoda por pura escolha. E quando o amor acomoda, o amor, me incomoda.

O seu amor acomoda? O meu faço renascer todo dia.

-(Feliperas França)

O AMOR ACABA OU NÃO?

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

TEXTURAS

Textos, contextos, texturas.
Papel que envolve a maçã.
Lenço de papel para umedecer a maçã do rosto.
Lembro dos tempos de criança,
lambança com maçã do amor.
Hoje, maçã tem pecado,
amor que teme vaidade.
Só, continuo a mesma criança,
Na velha esperança, de nem maçã, nem amor,
terem prazos de validade.

-(Feliperas França)

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

MANIFESTO À SAUDADE DO ACENTO DE GELEIA

Reforma de ortografia,
mas será que pensaram na poesia?

Em voz alta, leia:
será que meia
um dia será rima de geleia?

Pobre Jiboia que teve o acento mutilado.
Aliás, até quando sobreviverá a cobrinha do cedilha?
Estará ameaçada em extinção?

Mudar é preciso.
Há males que vem para o bem.
E que falta me faz o acento do vem.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

OLHARES MINGUANTES

Debaixo do mesmo céu
- talvez algumas estrelas de distância -
nítido reflexo da imagem tua
no semblante voraz da imperadora lua,
que mesmo nova, minguante sorria,
pois estava demasiadamente cheia
____________________de poesia.

- (Feliperas França)

em 01/01/2009 às 0h00 e todos os segundos subsequentes desde então.