quarta-feira, 6 de abril de 2011

À Volta do Tempo

Foi apenas um instante, mas, pros dois, pareciam horas. Certamente, vai prosperar por dias. Quiçá anos. Talvez a vida inteira. Vai trazê-la, em breve, para as curvas perigosas destas palavras. Eles conversam por enigmas. Eles são enigmas entre si. Ela estava por acaso em sua direção. E lhe dirigiu o olhar completamente tomado pelo ódio, porém congruente de amor. Continha uma sádica e ao mesmo tempo sincera vontade de sorrir. Revelava saudade, surpresa e veracidade consigo mesma. Quando ele a viu, reparou na beleza, se apaixonou, e só depois a reconheceu. Pela segunda vez, ele se apaixonou à primeira vista por ela. E logo na sequência sentiu tudo o que o olhar dizia e também o que no fundo queria dizer. Um encontro no âmago dos dois. Naquele instante tiveram que novamente pensar um no outro. Ela a passos largos, parecia apressar o tempo. Na sensação de protegida, colecionava aqueles vastos segundos de eternidade. Ele parado, ela robusta subia a Augusta. Ele sem qualquer reação. Mas bem sabia que gostaria de respondê-la com sorriso. Não deu. Estático, lhe restou a pergunta de quanto será que a custa lhe sorrir de volta. Quanto será que custa? Naqueles dias, ele escrevia uma canção que pedia pro tempo parar, que veio a calhar em tal desfecho, bem nessa noite, quando levou pra casa o sentimento desse encontro concluiu a sonata desta maneira: "dentre as voltas que o mundo dá, somente o tempo que não volta". (Feliperas França)

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

VOZ DO FUTURO

Cartomante que cola cartaz quer prever.

Físico que de-contas-faz quer saber.

Astrólogo que tantos mapas já fez.

Até astronauta de longe que ver.


Profeta faz festa, refresca, pra dizer.

Estudioso alerta pra alguém escrever.

Poeta exagera, espera que alguém possa ler.

Criança esperta, desperta, simplesmente quer viver.


Será que cola?

Será que cala?

Se faz de conta?

Ou se fecha a conta?


Será que é uma farsa?

Será que disfarça?

Será que é de graça?

Ou fica sem graça saber?


O que será de mim? O que será de você?


Amor, me aperte a mão.

A parte mais importante é

não deixar espaço à solidão.


Amor, preste atenção.

na distância, lembrar de ti

é minha melhor distração.


O quer será de nós? Tem vez que cala a voz.



-(Feliperas França)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Vagaroz

Contigo, tempo passa que nem vejo.

À sua espera, tempo desespera,

desperta dobro a meu desejo.

Corri pra ter notícia tua,

nada ali jazia.

Vão-se pulos de alegria,

vão-se os pulsos sintonia

expulsos neste dia

de nem sequer palavra crua.

Assim, foi que tempo avisou vagaroz

quanto o desejo se faz feroz.

Lava sono, seca voz.

Leva lágrima ao olho da rua.

Não releva seu semblante à lua,

mas revela meu olhar a pingar em foto tua.


-(Feliperas França)

domingo, 26 de setembro de 2010

Último Grão

Ao brilho céu,
parece perto.
Prece, parto.
Cresce casto
trocas secreto caos.
Ao oco,
de tocar o topo,
mais um pouco
de alcançar
sem descalçar,
sem descansar.
Até último grão de ampulheta
agradar
aguardar
arder em água.
Ao sabor de saber
que impossível,
e mesmo o infinito,
é pura questão de tempo.

-(Feliperas França)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Eu acredito em doendes. Eu acredito na política.

"Esse é tempo de partido, tempo de homens partidos". (Carlos Drummond de Andrade) Pela primeira vez, a nossa geração poderá decidir entre as duas principais plataformas políticas, ambas por oito anos seguidos no poder. Embora, nenhuma me agrade, essa é a realidade. Não aguento mais ver humorista, cantor, ex-jogador, músicos entre outros candidatos sem uma proposta clara e embasada. As discussões políticas entre pessoas instruídas, muitas vezes, ficam na superficialidade do “pior do que está não fica”. Cada vez que vejo o Tiririca, seja em propaganda ou pedidos de “por favor, não vote num palhaço” eu penso: cadê a discussão realmente necessária? É lógico que não vou votar nele! É um insulto me pedir isso. Quem sabe as funções exatas do poder executivo e legislativo? Quem aprendeu bem isso na escola? O que faz um senador, um deputado federal e um estadual? Eu tive que aprender por conta própria. E não tenho vergonha de dizer. Eu me envergonho de ver muita gente que não sabe e não se mexe pra saber. A solução não está somente no voto, está na cidadania. No dia-a-dia. Esperar a política é acreditar em conto de fadas. O que fazer? O mínimo. Educar e se educar. Ser apenas, cidadão. Eu acredito em... cidadania! (Feliperas França)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Risco de Giz

Uma simples brincadeira pode trazer tempestade

Mesmo que seja em copo d´água,

Sede de café a me manter acordado

Pra te ver pelo computador.


Quando eu lembro a todo tempo,

Que em breve chega dia de te ver

Por perto, a notícia na Te Vê

Me passa e eu nem reparo ao certo

O que diz.


Foi que fiz,

Triscar um triz

De ator, atriz,

Riscar a giz

Se precisar apagar

Ao arriscar perguntar

Se o mesmo passa por ti.


Ah, se eu passar por ti

Seus olhos vão me seguir?

Ah, se eu passar por ti

Seus olhos vão me seguir?

Vão me seguir em vão me seguir?

Vão me seguir?

Vão me seguir?


-(Feliperas França)

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

O primeiro podcast a gente nunca esquece! rs.

Entrevista do Projeto Vinagrete na Rádio Uol com três músicas acústicas ao vivo. Valeu, Tony!
Programa Tony Hits