quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

RÉPLICA

Era eu, mas não estava lá.
Era lá e não estava eu.
A prece naquele terreiro,
no interior do Rio de Janeiro,
ainda não deu.
Nem de cá,
nem de Alá,
nem do dali da cruz.
Nem mesmo a parede réplica
daquele São Salvador Dali.
Nem daqui,
nem Dalila,
nem Sansão seria tão.
Teria tréplica?
Adiante - pois não – adianta.
Sem almoço, sem sono, sem janta.
Se você não me apareceu,
aquele lá, na foto - de mesma parede,
já não sou mais eu.
Surreal tempo que tece.
Prece para que - aprece-se.

-(Feliperas França)

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Beijos de Maré

Beijos de maré,
que vai,
mas volta.

Beijos de maré,
com reflexos de luz de lua.
Vista de qualquer lugar do mundo,
linda, nua, minha e tua.

Beijos de maré de ressaca,
futura calmaria,
beijos de maré de alegria.

Beijos de maré,
que vai,
mas volta.

Beijos de maré,
de pegadas na areia,
mesmo caminho,
mesma lua cheia.

Beijos de maré de sorte,
de encontrar de novo,
de onda forte.

Beijos de maré,
de reticências,
E ponto.
meu beijo,
de amar, é.

-(Feliperas França)

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Doutor Polenta - Fotos do Diagnóstico nº3

Para ler o Diagnóstico nº3 clique aqui.


Dr. Polenta e enfermeiros de plantão: vai, finge de coqueiro. Plantão, plantão. Pequenina, finja de bonsai!



Assinando a receita médica. 3 ovos, 1 xícara de creme de leite...



Dr. Leleki Pankeka. Irmã do Dr. Polenta.



Equipe completa. Olha o passarinho... Voou!



Novo amigo! Yuuupiiii!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Vale à pena viver de novo.

Na volta de um evento, ouvi essa música no rádio. Simples e verdadeira. Por isso, achei a canção na net e aprendi a tocar e cantar. Quer dizer, quase que cantar e quase que tocar. Um dia gravo uma versão melhorada e estudada. Na sequência uma poesia minha. Tempestade de Saudade. "É impossível explicar".




Abaixo a canção original. Bem melhor, claro. Mas eu chego lá. Risos.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Doutor Polenta – Diagnóstico nº3

O pescador de ilusões.

Mais um plantão. E lá vai o Doutor Polenta na piada da flora. “Estou de grande cactos hoje. É pessoal, hoje, estou de plantão”. Desta vez foi uma dupla de dois. Junto ao atendimento estava a Doutora Leleki Pankeka. Divertidíssima com o seu instrumento de radiografar cabeças que ajudou a identificar instantaneamente se o paciente tem problema de miolo mole, cabeça de vento, cabeça dura, nada na cabeça ou está pensando em alguma bobagem.

Dentre todos os momentos marcantes, vale destacar a portuguesa Dona Maria que se prontificou a cantar os fados e as músicas de sua terra. O maestro Doutor Polenta passou a regê-la, inclusive quando cantou o hino de Portugal. Ao final, Dona Maria esqueceu a letra e aflita, com os olhos, mimicou para que Dr. Polenta a ajudasse e completasse a música. Sem titubear, o Doutor prepara o gogó e com entonação de tenor em abertura de olimpíadas canta “Au, au, au... Vamos pra Portugal, pra comer... Bacalhaaaaau”. O riso foi imediato. A alegria que radiou ali, persisti aqui. E ficará na memória para sempre.

No último atendimento do dia, um quarto com dois leitos, já dois pacientes amigos. Pescadores por hobby, combinavam de pescarem. E lá vai Dr. Polenta, pedir algumas histórias de pescador. Um deles disse que o maior que já pegou foi um cação de 180 kg. Doutor Polenta, exímio pescador, contou de sua última pescaria “Sabe que pesquei um lampião... mas o engraçado é que estava aceso”. “Aceso”? seu João caiu na gargalhada. “Isso é história de pescador”. Dr. Polenta sorriu e disse “tudo bem, tudo bem. Diminua o peso de seu peixe que eu pelo menos apago o meu lampião”. Gargalhadas. E lá se vai a dupla de dois doutores palhaços.

Receita: como diz aquela música que tanto tocou no rádio “Valeu à pena, eh, eh! Valeu à pena, eh, eh. Sou pescador de ilusões, pescador de ilusões”. Sempre é bom olhar pra trás e ver que nada foi em vão. Mas temos que olhar pra frente. Como o combinar de ir pescar. De ir fazer o que gosta. De superar uma dificuldade. De aproveitar o momento agora, mesmo a cantar as canções do passado. Mesmo se esquecer ou não souber a letra. É viver cheio de fé, seja lá qual fé for. Olhar pra frente e engrandecer a alma, que em Pessoa, nunca é pequena. Enfim, tudo vale à pena.

-(Doutor Polenta)

BREVE - FOTINHO DESTE DIA