sexta-feira, 28 de novembro de 2008

O DESTINO E O VAGABUNDO

Mudança de planos.
Quem sabe por baixo dos panos?
Por cima dos desenganos.
Com meu jeito atrapalhado de ser,
agarro ao treinar a própria sorte.
Admiro quem deixa o destino levar,
e me desatino no ato de desatar.
Quem sabe até, desamarrar calos do sapato.
Ao me desarmar me calo,
me encadarço e enfio os pés pelas mãos.
Quem sabe a sós? Às escuras e às claras.
Impossível jóia rara tão cara.
Inestimável custar solidão.
Quando achei que a sorte me fecharia a tara
Vem o acaso e me sorri.
Sorriso esse, que não tem preço.

-(Feliperas França)

PS: acabei de chegar da gafieira. Acabei de valer solidão. Wilson das Neves no palco. Eu a vagar no salão – “O Samba é meu Dom" seria postado, mas deixo essa parte implícita-escancarada. No sorrir do acaso, a trilha sonora não poderia ser outra.

"Entras com ares de atriz
Sabes que sou da platéia
Deves pensar que ando louco
Louco pra mudar de idéia, não"?

-(Chico Buarque / Wilson das Neves)

2 comentários:

Anônimo disse...

Feliperas...um poeta que não usa palavras...coloca a alma em forma de versos e a traduz como ninguém...super beijo para um talento indescritivel...Vânia

Feliperas_França disse...

Dizem que mãe tem sempre razão.

Assim, muito obrigado pelas palavras que me tocam.

E por falar em tocar, adaptei a poesia para um samba. Quem sabe ela não toca no seu próximo disco?

Obrigado, mãe. Aliás, vai chover hoje? Ok, ok. Eu levo o guarda-chuva.

Beijos