quinta-feira, 18 de junho de 2009

ANTIGA-MENTE

Dentre a linha tênue
de não saber as surpresas do futuro,
vivo a calculá-lo preciosamente
por minúcias de exata imprecisão.
Súbita troca de olhar,
pleno toque de mão.
Trombada meio à multidão.
O que será que espera?
Um piscar de olhos conserva tempo suficiente
para enxergar uma vastidão à frente.
O futuro do ínicio do poema se foi.
Não é mais o de antigamente.
Palavra, próxima.
Próxima, leitura.
Carne, osso e tempo,
que neste instante,
passa.
A linha de lembrança de futuro,
aproveita para estampar seu rastro
- auto-criador, própria criatura -
Derrama, sem censura,
semblante à nova figura.
Simultaneamente,
antiga e futura.

É. Não se faz mais futuro com uma antiga mente.

-(Feliperas França)

PS: dedicada à Daiane Freitas, por horas de conversa tecida por amizade sincera. Brinde ao futuro que nos espera. Presente de aniversário.

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