domingo, 22 de novembro de 2009

A Voz da Vovó.


Dois passarinhos, um sinal. Ao lado do arbusto.
Lembro que aprendi com a minha vó a conversar com as plantas.
Serestas para florestas,
sonetos para gravetos,
serenatas para flores ao relento.
Aprendi com a minha vó a sentir o vento,
Chegar a tempo. Sorrir a contento.
Aprendi brincadeiras de roda, de linha e pedra.
Uma porção de versos, uma coleção de trovas.
Aprendi sobre dedicação.
Sobre caridade, sobre a cidade.
A me doar pelo bem, sem olhar a quem.
Aprendi o valor de um amor eterno.
Que uma inteligência não morre.
Que de destino não se corre, mas se escolhe.
Aprendi a batalhar cedo e valorizar minha infância.
Aprendi a ser jovem adulto criança.
Aprendi o valor de bom humor. Fazer piada sadia.
Dar conselhos, sempre dizer: sorria.
E se hoje o coral sua voz não mais canta,
me amarra estrangulado nó de garganta.
Mas se sua conversa não fala,
pra mim, seu conselho jamais se cala.
Pois aprendi valor de perdão e gratidão.
Que cada um tem sua missão.
Como vovó já dizia,
"saudade sim, tristeza, não".

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