segunda-feira, 23 de março de 2009

Sabiá, Bem-Te-Vi

Não precisa dizer
que não precisas de mim
ou ainda fingir
que a mim não conhece
e não reconhece
o que já foi seu jardim.

O olhar que me atira,
desta vez não me inspira,
soa flechada em festim.
Bala perdida,
seu olhar de escanteio
é tiro de meta (de)
uma triste partida
que não tem juiz.

A te perder o juízo,
até seu maior prejuízo
de se enganar ser feliz,
a deixar a bebida,
ser sua melhor amiga
em te aconselhar inimiga
a se jogar sobre mim.

Querida fera ferida,
criança perdida,
não quero ver-te,
agir assim.
Já(que) bens sabes,
começastes ao errado
e pelo fim.

Expulsados rancores,
não brilham as cores,
daqueles amores
que lhe prometi.

Sabiá Laranjeira
voou pela beira
daquela ladeira
em que sabia
num queira-ou-não-queira
que encontraria
seu tal bem-te-vi.

Já(que) veio até aqui,
mesmo de longe,
vejo de perto
- e bem sei, estou certo -
que ainda te aperto
e de alguma maneira
vivo dentro de ti.

Sabiá Laranjeira,
bem-que-te-vi,
A voar, a voar, a voar,
com asinhas de fora
até ver-te cair.

-(Feliperas França)

Destaco vídeo do Projeto Vinagrete em começo de carreira a cantar “Vou Deitar e Rolar”. Pois é, “Qua qua ra qua qua, quem riu? Qua qua ra qua qua, fui eu”.

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